Consciência Negra parte III
Dia da
Consciência Negra
A figura de Zumbi dos Palmares é
especialmente reivindicada pelo movimento negro como símbolo de todas
essas conquistas, tanto que a lei que instituiu o dia da Consciência
Negra foi também fruto dessa reivindicação. O nome de Zumbi, inclusive, é
sugerido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana como personalidade a ser abordada nas
aulas de ensino básico como exemplo da luta dos negros no Brasil. Essa
sugestão orienta-se por uma das determinações da lei Nº 10.639, que diz
no Art. 26-A, parágrafo 1º: “O conteúdo programático a que se refere o
caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos
Africanos, a luta dos negros no Brasil,
a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e
política pertinentes à História do Brasil.”
A despeito da comemoração do Dia da
Consciência Negra ser no dia da morte de Zumbi e do que essa figura
histórica representa enquanto símbolo para movimentos sociais, como o
Movimento Negro, há muita polêmica no âmbito acadêmico em torno da
imagem de Zumbi e da própria história do Quilombo dos Palmares. As
primeiras obras que abordaram esse acontecimento histórico, como as de
Edison Carneiro (O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966), de Eduardo Fonseca Jr. (Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988) e de Décio Freitas (Palmares, a guerra dos escravos.
Porto Alegre: Movimento, 1973), abriram caminho para a compreensão da
história da fundação, apogeu e queda do Quilombo dos Palmares, mas, em
certa medida, deram espaço para o uso político da figura de Zumbi, o
que, segundo outros historiadores que revisaram esse acontecimento, pode
ter sido prejudicial para a veracidade dos fatos.
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