Entre as Cidades Baixa e Alta!

Entre as Cidades Baixa e Alta!

Por André Soledade*
Ao fazer a travessia Mar Grande/ Salvador, somos surpreendidos pela beleza da cidade de Salvador, que se destaca de longe pelo desnível existente entre as Cidades Baixa e Alta. Olhando na direção do Elevador Lacerda, observa-se ao fundo um enorme paredão de rochas existente. Esse penhasco que une as Cidades Alta e Baixa, bem como toda faixa esverdeada, é conhecida pelos geólogos como Falha Geológica de Salvador. Essas falhas são o resultado de esforços aplicados sobre as rochas, que se quebram por não suportar o esforço ao qual são submetidas. Na nossa cidade, esta falha originou o relevo, que separa as Cidades Alta e Baixa, onde foram construídas diversas ladeiras, planos inclinados, elevadores com o objetivo de unir essas duas áreas geologicamente separadas.
Dentre as construções, a mais antiga, sem dúvida, é o Plano Inclinado Gonçalves, que originalmente era um guindaste construído sobre um plano inclinado, chamado de Guindaste dos Padres, cuja primeira notícia remonta a 1610. Mas é a partir da segunda metade do século XIX que os ascensores urbanos se consolidam como meio de transporte de pessoas entre as Cidades Alta e Baixa. Entre 1887 e 1889, o antigo Guindaste dos Padres dá lugar ao Plano Inclinado Isabel, que funcionava com duas cabines: uma servia de contrapeso para outra, estabelecendo o equilíbrio entre elas, mecanismo muito similar ao de uma balança.
Em 1873, a Companhia Transporte Urbanos construiu um elevador hidráulico de 63 metros ligando a Praça do Palácio Rio Branco à Conceição da Praia, estava inaugurado o Elevador Hidráulico da Conceição, atual Elevador Lacerda, que naquela época ficou conhecido como “Parafuso”, devido a uma peça em espiral que impulsionava as cabines. Somente a partir de 1894, teve seu nome alterado para Elevador Lacerda, em homenagem ao seu idealizador.
Em 1886, a mesma companhia que construiu o Lacerda decide construir o Elevador do Taboão, ligando a Ladeira do Taboão à Rua Julião. O sistema adotado nesse elevador ficou conhecido como “Balança”, uma vez que suas cabines eram equilibradas por um sistema de contrapesos, muito similar ao adotado hoje pelos elevadores modernos, que visa balancear a carga e a cabine utilizando menos energia durante a operação.
Atualmente, muitos desses ascensores encontram-se fora de operação e abandonado. É o caso do Elevador do Taboão, que se encontra em ruínas e servindo de abrigo para moradores de rua, desde 1963, e guarda entre suas ruínas um dos equipamentos mais raros do mundo. Preocupante também é a situação do Plano Inclinado Gonçalves, que permaneceu fora de atividade por mais de dois anos, retomando as suas atividades somente no final do ano passado.
Fontes:
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